A transformação digital já não é mais uma tendência — é o novo campo de jogo. E nesse cenário, os conselhos empresariais que não se atualizarem rapidamente correm o risco de se tornarem irrelevantes diante da velocidade das mudanças.
Se antes o papel do conselho era garantir estabilidade e crescimento sustentável, hoje ele precisa também estimular inovação, antecipar rupturas e apoiar decisões baseadas em dados e tecnologia.
O desafio da adaptação
A maioria dos conselhos ainda carrega uma formação tradicional, com foco em finanças, jurídico e governança clássica. Mas os temas críticos mudaram. Hoje, os conselheiros precisam entender — mesmo que de forma estratégica — tópicos como:
- Inteligência artificial e automação
- Cibersegurança e proteção de dados
- Experiência do cliente no ambiente digital
- Novos modelos de negócios baseados em plataformas
- ESG com tecnologia (GreenTech, RegTech, etc.)
Estar alheio a esses temas significa tomar decisões com base em mapas antigos em um território completamente novo.

O papel do conselho na transformação digital
Transformação digital não é sobre implantar sistemas. É sobre mudar a forma como a empresa cria valor, se relaciona com o mercado e toma decisões. O conselho deve:
- Incentivar a inovação com responsabilidade
- Questionar o modelo de negócios com regularidade
- Avaliar a maturidade digital da organização
- Promover conselheiros com perfis complementares (digital, tech, dados)
- Garantir que cultura e liderança acompanhem a tecnologia
Em outras palavras, o conselho precisa se transformar para liderar a transformação.
Conselheiros do futuro (e do presente)
Conselheiros eficazes hoje não são apenas experientes — são atualizados, curiosos e conectados com o que está por vir. Têm visão estratégica, mas também humildade para aprender com novas gerações e especialistas.
A composição do board precisa refletir essa realidade. Diversidade de perfis, idades, formações e experiências amplia o olhar e prepara a organização para o futuro.
Conclusão
A transformação digital não acontece somente nos sistemas. Ela começa nas decisões que moldam o negócio — e essas decisões passam pelo conselho.
Se o board não entende as novas dinâmicas, como poderá orientar a empresa diante da disrupção?
Transformar a empresa exige primeiro transformar o conselho.